Friday, April 26, 2013

Nashville, TN


(sem cedilhas, nem acentos)

Pit stop 3:
Nashville, Tennesse

Quando era pequeno mascarava-me, normalmente, de cowboy ou de Indio. Muito embora mascarar-me de Indio soasse, em 2013, a algo com mais estilo, a verdade e que eu mascarei-me mais vezes de cowboy.
Ja na adolescencia, uma assolapada paixao por Pearl Jam e uma posterior queda por tudo o que era trovadores com a voz manchada de bourbon, percebi que nao podia envelhecer sem o curso da minha vida passar pela terra dos cowboys.

A duvida de que a personagem a que eu me mascarava no inicio dos 90s podia ja nao existir, ou pelo menos na forma como Clint Eastwood ou a musica `ghost riders in the sky` os representava, foram dissipadas a chegada a Nashville.

Com o calor a desacelerar-nos o passo, instalamo-nos num local central e cheio de musicos que tentam a sua sorte nessa industria. Na unica cidade dos Estados Unidos onde ainda se sobrevive com um papel e uma caneta, esta capital de Estado e o coracao da industria musical Americana. Os mais de 300 concertos diarios na cidade que cabe no bolso de Lisboa, tornam a vibracao dessas ruas em algo que impressiona qualquer um, seja fanatico ou agnostico nas lides musicais. De cada vez que cruzavamos a rua broadway, identificavamos sons provenientes de 4 ou 5 concertos, sem dificuldade, de bandas que apenas recebem as gorjetas que o publico da. Esta forma de pagamento faz com que as bandas deem varios concertos por dia para irem sobrevivendo nesta cidade.
No centro deste turbilhao sonoro que sao as ruas da zona downtown de Nashville, a presenca de tantos cowboys de chapeu, camisa com pistolas e botas em bico elevam a experiencia desta cidade a algo unico. E impossivel que um rapaz que nao tem por onde esconder as suas caracteristicas fisicas latinas, nao se sinta deslocado. Nem mesmo a simpatia de todos os cowboys que falaram connosco (e que nos entendemos, porque falar utilizando aglutinacoes e sem fechar a boca, nao nos facilita a compreensao) nos faz sentir sequer, minimamente integrados.

Obviamente que em polos opostos, mas estar em Guangzhou ou em Nashville foi a mesma sensacao, com a diferenca de que em Nashville, sabemos o que estamos a comer. Nao vou esquecer nunca o dia em que vi concertos em 5 sitios diferentes, mas espero esquecer os refroes incrivelmente catchy que o, ligeiramente piroso, country tem.

Contra algumas concecoes que se possa ter de um local como este, Nashville e uma terra de cowboys que parece, puramente, genuina!

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